A edição única da fanzine Glutão nasceu de um workshop impulsionado pela União Europeia para unir jovens na Áustria durante uma semana com vista à produção de fanzines. Desde criança que apresentei a tendência de me expressar esporadicamente em locais pouco habituais (i.e. através de graffiti de rua ou as paredes da minha própria casa). Desde os 13 anos que escrevo e já antes de saber falar rabiscava ideias ao acaso. O "sentido" para mim não faz sentido. Tal como quando jogamos o iChing (um sistema milenar de adivinhação chinês que pretende descrever o "sentimento do momento"), também eu, através da meditação que é a criação artística para mim, pretendo materializar o momento presente, o zeigeist, deixando a liberdade e o acaso definir o produto final, sem pensar demasiado nisso, deixar o material encontrado definir o caminho.
The one-off edition of the fanzine Glutão was born from a workshop promoted by the European Union to bring young people together in Austria for a week with the goal of producing fanzines. Since childhood, I’ve had a tendency to express myself sporadically in unusual places (i.e., through street graffiti or the walls of my own home). I’ve been writing since I was 13, and even before I could speak, I was already scribbling random ideas. 'Meaning' doesn’t make sense to me. Just like when we play the I Ching (an ancient Chinese divination system meant to describe the 'feeling of the moment'), I too, through the meditation that artistic creation is for me, seek to materialize the present moment, the zeitgeist, letting freedom and chance define the final product—without overthinking it, allowing the found materials to determine the path.
"Aprendi a adoptar múltiplas personas (insider / outsider / artista plástico / poeta / surrealista) para validar a minha compreensão das coisas. Utilizo intuitivamente imagens estáticas e/ou em movimento como forma de me envolver em situações diversas (e muitas vezes desconfortáveis); tento retratar cenários a partir de ângulos habitualmente desconsiderados, a fim de me identificar e revelar os procedimentos muitas vezes inconscientes dos quais emergem estruturas políticas, sociais e culturais. Conto histórias audiovisuais que nasceram do meu ávido interesse pelas interações discordantes entre pessoas e lugares."João Meirinhos
