A Linha. Este fanzine conta a breve história de uma linha.Num compasso constante e rítmico, a linha vive. Gesto atrás de gesto, entre cima e baixo, a Linha vai experienciando vários momentos sobre a folha de papel, onde reina a constância, o equilíbrio e a tranquilidade. Até ao momento em que algo acontece. A Linha prefere não partilhar o que aconteceu no seu caminho. Mas nós percebemos que algo teve a capacidade de a fazer tremer, de criar um momento de instabilidade. Apesar de tudo, a Linha sabe que se trata de um momento singular, que faz parte da natureza da existência, e que possui a resiliência necessária para ultrapassar este obstáculo. Nos momentos que se seguem, a Linha prova-nos que sabe manter a postura e seguir em frente, recuperando, assim, a sua estabilidade. Volta a reinar a tranquilidade e o equilíbrio, com a certeza de que se algo do género voltar a acontecer, será algo momentâneo que não terá a capacidade de derrubar a Linha. Isso é uma garantia.Este fanzine é uma metáfora do tempo e da vida. A linha percorre a folha de papel, como o tempo percorre o presente, num processo contínuo, sem quebras, independentemente dos percalços que acontecem pelo caminho. Como personagem principal, a linha é um exemplo de resiliência, de resistência às intempéries da vida. Relembra-nos que não temos o controlo sobre as circunstâncias, mas que temos a capacidade de as superar, de não quebrar.
The Line. This fanzine tells the brief story of a line.In a constant and rhythmic beat, the line lives. Gesture after gesture, up and down, the Line experiences various moments on the sheet of paper, where constancy, balance, and tranquility reign. Until the moment something happens.The Line prefers not to share what occurred along its path. But we understand that something had the power to make it tremble, creating a moment of instability. Despite everything, the Line knows this is a singular moment, part of the nature of existence, and it has the resilience needed to overcome this obstacle.In the following moments, the Line proves to us that it knows how to maintain its composure and move forward, thus regaining its stability. Tranquility and balance reign once again, with the certainty that if something like this happens again, it will be something temporary that will not have the power to topple the Line. That is a guarantee.This fanzine is a metaphor for time and life. The line runs across the sheet of paper, just as time runs through the present, in a continuous process, without breaks, regardless of the obstacles that happen along the way. As the main character, the line is an example of resilience, of resistance to life’s storms. It reminds us that we do not have control over circumstances, but we have the ability to overcome them, to not break.
Adriana Oliveira (2000, Guimarães) licenciou-se em Artes Visuais, pela Escola de Arquitetura, Arte e Design, da Universidade do Minho (2021). A sua obra inclui pintura, desenho, serigrafia e livros de artista, onde aborda os conceitos de linguagem, variação, repetição e série, ao mesmo tempo que explora os limites físicos e mentais do corpo. Está sempre presente uma urgência em desacelerar o tempo. Neste processo de trabalho está também latente uma pesquisa sobre as características intrínsecas dos materiais, instrumentos e processos de trabalho. Das exposições realizadas destacam-se a exposição individual “Tempos [i]limitados”, no Museu Nogueira da Silva (2022), e as exposições de grupo “Havemos de ir ao Futuro”, na Zet Gallery, e “Por um fio”, na Casa da Senhora Aninhas, no contexto da Oficina do Desenho, em Guimarães.Participou no Projeto Learn[in], que se dividiu entre a Alemanha, Itália e Portugal (2019-2020).